26/09/2025Undime
Publicação chega à 12ª edição reunindo os principais dados educacionais do país em temas como acesso, aprendizagem, infraestrutura, professores, tecnologia, financiamento e equidade étnico-racial
Apesar dos avanços ao longo dos anos, o Brasil ainda enfrenta desafios na oferta de infraestrutura básica das escolas públicas, como acesso à água potável, energia elétrica, banheiros e cozinha. Um cenário que evidencia desigualdades na realidade da escola pública em diferentes regiões do país. Esse é um dos destaques do Anuário Brasileiro da Educação Básica 2025, elaborado pelo Todos Pela Educação, Fundação Santillana e Editora Moderna. Acesse a plataforma aqui.
No retrato nacional, a publicação mostra que menos da metade das escolas públicas conta com tratamento de esgoto, e mais de 20% não possuem serviço de coleta de lixo. Entre as disparidades regionais relacionadas à oferta de infraestrutura básica, destacam-se:
- Falta de água potável, que ainda afeta 3 em cada dez escolas públicas no Acre e em Roraima;
- Falta de energia elétrica, que afeta aproximadamente um terço das unidades públicas no Acre e no Amazonas;
- Falta de banheiro, que atinge mais de 25% das escolas públicas em Roraima;
“A ausência de infraestrutura básica, além de ser uma questão de dignidade, está diretamente ligada às condições de aprendizagem dos estudantes. Já houve muitos avanços no país, mas há regiões em que a situação permanece crítica. No caso do Norte, por exemplo, esses fatores são ainda mais complexos, e é fundamental que as políticas levem em consideração o Fator Amazônico, ou seja, os custos logísticos e operacionais adicionais que a região impõe”, destaca Gabriel Corrêa, diretor de Políticas Públicas do Todos Pela Educação.
Climatização nas salas de aula
O Anuário também aponta que apenas 38,7% das salas de aula das escolas públicas contam com algum tipo de climatização, como ar-condicionado, aquecedor ou climatizador. O Sudeste (21,5%) apresenta a menor taxa, enquanto o Centro-Oeste (64,2%) tem o maior índice. Entre os estados, Minas Gerais aparece com o menor percentual (11,7%) e Rondônia, com o maior (91,4%). Veja mais aqui.
Tecnologia
No que se refere à tecnologia, 44% das escolas públicas estão conectadas com parâmetros adequados para uso pedagógico em sala de aula. Por outro lado, 4,6% não possuem nenhuma conexão ou nem mesmo energia elétrica adequada.
Anuário Brasileiro da Educação Básica
Além do foco tradicional na rede pública, a 12ª edição do Anuário Brasileiro da Educação Básica volta a incorporar dados das redes privadas e da rede total, ampliando o panorama educacional sem perder o foco na equidade e na redução das desigualdades. Outro destaque desta edição é o monitoramento do Indicador Criança Alfabetizada, que reflete o compromisso com a aprendizagem na idade certa como pilar para todo o percurso educacional.
“O Anuário reúne os principais dados educacionais do país de forma acessível, contribuindo para o fortalecimento das políticas públicas e a garantia do direito à aprendizagem. A publicação está estruturada a partir de temáticas prioritárias da Educação Básica, e contempla aspectos fundamentais como acesso, aprendizagem, infraestrutura, carreira docente, financiamento, equidade racial, entre outros temas essenciais para análises aprofundadas e para o planejamento educacional”, observa Luciano Monteiro, presidente-executivo da Fundação Santillana.
Abaixo, alguns destaques da publicação por eixo temático:
Professores
Entre 2014 e 2024, a Educação Básica pública avançou na formação docente: nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, a proporção de professores com licenciatura ou bacharelado com complementação pedagógica na área de atuação subiu de 56,6% para 75,3%. No total, o número de docentes sem graduação caiu de 23,8% para 12,5%. Ainda assim, na Educação Infantil, 19,4% dos professores seguem sem diploma de Ensino Superior. Já em relação à remuneração, dados de 2023 mostram que 68,5% dos municípios pagavam ao menos o piso nacional do magistério para jornadas de 40 horas semanais. Acesse o capítulo na íntegra aqui.
Equidade étnico-racial na educação
Enquanto 91,5% dos jovens brancos concluem o Ensino Fundamental aos 16 anos, esse índice cai para 83,5% entre os pardos e para 80,9% entre os pretos. A defasagem se amplia no Ensino Médio: aos 19 anos, 79,4% dos brancos concluíram essa etapa, frente a 66,6% dos pardos e 62,1% dos pretos. As desigualdades também se refletem nos níveis de aprendizagem, com alunos brancos e amarelos registrando desempenho superior ao de alunos pretos, pardos e indígenas em avaliações de Língua Portuguesa e Matemática. Confira os detalhes aqui.
Acesso aos Anos Iniciais do Ensino Fundamental
Ao observar as matrículas no Ensino Fundamental, os dados dos Anos Iniciais chamam atenção. Em 2024, a taxa de crianças de 6 a 10 anos matriculadas nessa etapa manteve-se em 93,3%, representando o menor nível da série histórica pelo segundo ano consecutivo. Desde a pandemia, a taxa líquida de matrículas na etapa caiu e até hoje não conseguiu ser recuperada. Veja mais aqui.
“O Anuário se consolida, a cada edição, como uma ferramenta essencial para gestores públicos, organizações da sociedade civil, jornalistas e todos que atuam pela melhoria da Educação no país. Em um momento decisivo, com o novo Plano Nacional de Educação em debate e políticas estruturantes, como a da Primeira Infância ganhando forma, reunir e organizar dados com rigor técnico é essencial para orientar escolhas mais eficazes”, completa Priscila Cruz, presidente-executiva do Todos Pela Educação.
Fonte: Todos pela Educação
Publicação chega à 12ª edição reunindo os principais dados educacionais do país em temas como acesso, aprendizagem, infraestrutura, professores, tecnologia, financiamento e equidade étnico-racial Apesar dos avanços ao longo dos anos, o Brasil ainda enfrenta desafios na oferta de infraestrutura básica das escolas públicas, como acesso à água potável, energia elétrica, banheiros e cozinha. Um cenário que evidencia desigualdades na realidade da escola pública em diferentes regiões do país. Esse é um dos destaques do Anuário Brasileiro da Educação Básica 2025, elaborado pelo Todos Pela Educação, Fundação Santillana e Editora Moderna. Acesse a plataforma aqui. No retrato nacional, a publicação mostra que menos da metade das escolas públicas conta com tratamento de esgoto, e mais de 20% não possuem serviço de coleta de lixo. Entre as disparidades regionais relacionadas à oferta de infraestrutura básica, destacam-se:- Falta de água potável, que ainda afeta 3 em cada dez escolas públicas no Acre e em Roraima;- Falta de energia elétrica, que afeta aproximadamente um terço das unidades públicas no Acre e no Amazonas;- Falta de banheiro, que atinge mais de 25% das escolas públicas em Roraima; “A ausência de infraestrutura básica, além de ser uma questão de dignidade, está diretamente ligada às condições de aprendizagem dos estudantes. Já houve muitos avanços no país, mas há regiões em que a situação permanece crítica. No caso do Norte, por exemplo, esses fatores são ainda mais complexos, e é fundamental que as políticas levem em consideração o Fator Amazônico, ou seja, os custos logísticos e operacionais adicionais que a região impõe”, destaca Gabriel Corrêa, diretor de Políticas Públicas do Todos Pela Educação. Climatização nas salas de aula O Anuário também aponta que apenas 38,7% das salas de aula das escolas públicas contam com algum tipo de climatização, como ar-condicionado, aquecedor ou climatizador. O Sudeste (21,5%) apresenta a menor taxa, enquanto o Centro-Oeste (64,2%) tem o maior índice. Entre os estados, Minas Gerais aparece com o menor percentual (11,7%) e Rondônia, com o maior (91,4%). Veja mais aqui. Tecnologia No que se refere à tecnologia, 44% das escolas públicas estão conectadas com parâmetros adequados para uso pedagógico em sala de aula. Por outro lado, 4,6% não possuem nenhuma conexão ou nem mesmo energia elétrica adequada. Anuário Brasileiro da Educação Básica Além do foco tradicional na rede pública, a 12ª edição do Anuário Brasileiro da Educação Básica volta a incorporar dados das redes privadas e da rede total, ampliando o panorama educacional sem perder o foco na equidade e na redução das desigualdades. Outro destaque desta edição é o monitoramento do Indicador Criança Alfabetizada, que reflete o compromisso com a aprendizagem na idade certa como pilar para todo o percurso educacional. “O Anuário reúne os principais dados educacionais do país de forma acessível, contribuindo para o fortalecimento das políticas públicas e a garantia do direito à aprendizagem. A publicação está estruturada a partir de temáticas prioritárias da Educação Básica, e contempla aspectos fundamentais como acesso, aprendizagem, infraestrutura, carreira docente, financiamento, equidade racial, entre outros temas essenciais para análises aprofundadas e para o planejamento educacional”, observa Luciano Monteiro, presidente-executivo da Fundação Santillana. Abaixo, alguns destaques da publicação por eixo temático: Professores Entre 2014 e 2024, a Educação Básica pública avançou na formação docente: nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, a proporção de professores com licenciatura ou bacharelado com complementação pedagógica na área de atuação subiu de 56,6% para 75,3%. No total, o número de docentes sem graduação caiu de 23,8% para 12,5%. Ainda assim, na Educação Infantil, 19,4% dos professores seguem sem diploma de Ensino Superior. Já em relação à remuneração, dados de 2023 mostram que 68,5% dos municípios pagavam ao menos o piso nacional do magistério para jornadas de 40 horas semanais. Acesse o capítulo na íntegra aqui. Equidade étnico-racial na educação Enquanto 91,5% dos jovens brancos concluem o Ensino Fundamental aos 16 anos, esse índice cai para 83,5% entre os pardos e para 80,9% entre os pretos. A defasagem se amplia no Ensino Médio: aos 19 anos, 79,4% dos brancos concluíram essa etapa, frente a 66,6% dos pardos e 62,1% dos pretos. As desigualdades também se refletem nos níveis de aprendizagem, com alunos brancos e amarelos registrando desempenho superior ao de alunos pretos, pardos e indígenas em avaliações de Língua Portuguesa e Matemática. Confira os detalhes aqui. Acesso aos Anos Iniciais do Ensino Fundamental Ao observar as matrículas no Ensino Fundamental, os dados dos Anos Iniciais chamam atenção. Em 2024, a taxa de crianças de 6 a 10 anos matriculadas nessa etapa manteve-se em 93,3%, representando o menor nível da série histórica pelo segundo ano consecutivo. Desde a pandemia, a taxa líquida de matrículas na etapa caiu e até hoje não conseguiu ser recuperada. Veja mais aqui. “O Anuário se consolida, a cada edição, como uma ferramenta essencial para gestores públicos, organizações da sociedade civil, jornalistas e todos que atuam pela melhoria da Educação no país. Em um momento decisivo, com o novo Plano Nacional de Educação em debate e políticas estruturantes, como a da Primeira Infância ganhando forma, reunir e organizar dados com rigor técnico é essencial para orientar escolhas mais eficazes”, completa Priscila Cruz, presidente-executiva do Todos Pela Educação. Fonte: Todos pela Educação