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30/07/2025Undime

Educação integral em debate: desafios e avanços marcam primeiro painel do último dia do 20º Fórum Nacional da Undime

Bate-papo reuniu especialistas para tratar da implementação da educação integral em tempo integral e os impactos da Emenda Constitucional 135/2024

No último dia de programação do 20º Fórum Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, realizado de 27 a 30 de julho, no Centro de Convenções Salvador, na capital baiana, especialistas discutiram os desafios da implementação da educação integral em tempo integral e os impactos da Emenda Constitucional 135/2024.

O evento, promovido pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), reúne mais de 3 mil profissionais da educação de todo o país para dialogar sobre temas estruturantes e decisivos para o futuro da educação nos municípios, com foco no tema: “Plano Decenal de Educação: política de Estado para garantir o direito à educação”.

Com mediação da presidente da Undime/PE, Andreika Asseker Amarante, Dirigente Municipal de Educação (DME) de Igarassu/PE, o primeiro painel da manhã desta quarta-feira, 30 de julho, contou com a presença de representantes do Ministério da Educação (MEC), da Fundação Santillana e do Itaú Social.

A coordenadora-geral substituta de Educação Integral e Tempo Integral do MEC, Aline Zero Soares, destacou os avanços recentes da política pública de educação integral, mas também reconheceu os obstáculos enfrentados pelos municípios. “Essa é uma política muito desafiadora. Ela escancara questões de infraestrutura, alimentação escolar, formação de professores e intersetorialidade. Mas também conta com muitos avanços. No primeiro ciclo do Programa Escola em Tempo Integral, 84% dos municípios pactuaram com o MEC, já no segundo, esse número subiu para 88%. Isso mostra uma grande mobilização”, afirmou.

A representante do MEC, trouxe ainda um dado representativo do engajamento local. “Cerca de 90% dos municípios participantes do programa, o que passa de mil municípios, já institucionalizaram suas próprias políticas locais de educação integral, conectadas com seus territórios", pontuou.

Apontando a necessidade de integrar arte, cultura e um olhar mais equitativo na expansão da jornada escolar, a gerente de Implementação do Itaú Social, Cláudia Sintoni, frisou: “Sim, é importante o aumento do tempo, mas como planejamos essa expansão com equidade? Temos visto que as novas matrículas estão sendo concentradas em regiões centrais, com mais infraestrutura, enquanto as áreas mais vulneráveis seguem em desvantagem. É preciso priorizar esses territórios.”

Ainda, em seu momento de fala, Cláudia reforçou que a educação integral precisa abranger todas as dimensões do desenvolvimento de crianças e adolescentes. “Desenvolvimento integral não é só cognitivo. É social, afetivo, físico. A articulação entre arte e cultura no currículo é essencial para garantir esse olhar mais amplo.”

Já o diretor de Políticas Públicas da Fundação Santillana, André Lázaro, fez uma reflexão sobre o papel da educação integral frente às transformações contemporâneas. “Vivemos uma transição social, política, cultural e econômica extremamente rápida e, muitas vezes, pouco cuidadosa com a vida humana e os valores fundamentais das sociedades. A educação tem a capacidade de construir sensibilidades, uma consciência coletiva. Não podemos abrir mão disso”.

Em suas contribuições, o diretor também destacou a necessidade de enfrentar os desafios atuais com um olhar voltado para a solidariedade e o cuidado coletivo. “A educação integral pode, e deve, dialogar com esse desafio civilizatório. Precisamos construir, juntos, uma política de cuidado com as pessoas, as instituições, a escola e o planeta”, finalizou.

A conversa ocorreu em um momento em que o setor educacional debate os impactos da Emenda Constitucional 135/2024, que, embora trate de medidas de ajuste fiscal, afeta indiretamente a educação em tempo integral ao alterar o uso de recursos do Fundeb. A norma permite, a partir de 2025, que parte dos recursos da União destinados ao fundo seja direcionada à criação de matrículas em tempo integral.

O Fórum Nacional da Undime reafirma seu papel como espaço de articulação, formação e construção coletiva das políticas públicas de educação nos municípios, promovendo reflexões fundamentais para garantir o direito à educação em sua plenitude.

Fonte: Undime.


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